Sabe aquela pessoa que, no Museu
do Louvre, não consegue ter nenhuma manifestação emocional diante da Monalisa
de Leonardo da Vinci? No Museu Nacional
Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, diante do Guernica de Pablo Picasso, comporta-se
em absoluto alheamento? Ou, na Capela Sistina, em Roma, dá mais importância à
dor de pescoço que teve por ter de olhar para cima para admirar o magnifico afresco
de Michelangelo, do que ao que a obra representa?
Pode ser ainda aquela outra que
mesmo defrontando-se com a morte de milhares de pessoas por uma epidemia
devastadora são incapazes de se colocar no lugar dos que sofrem pela perda de
entes queridos, pois acham que a assim mesmo... Que todos nós um dia vamos
morrer, e coisas do gênero?
Sim, elas existem! E o que lhes
unem numa categoria toda à parte é o que comumente chamamos de pessoas que não
são capazes de ter e demonstrar empatia. Para que não fiquem dúvidas, vai aqui
a definição do dicionário Aurélio:
“Empatia é a capacidade
psicológica para se identificar com o eu do outro, conseguindo sentir o mesmo
que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas. Ato de se
colocar no lugar do outro”
Porém, é aqui que o diabo mora...
Como alguém que se propõe a
liderar um grupo social, pequeno ou grande. Uma família; uma associação; uma
entidade pública ou privada ou até mesmo uma enorme nação com milhões de
habitantes, pode fazê-lo desprovido dessa capacidade psicológica tão básica?
Como pode um líder ter influência
sobre seus liderados se não for capaz de ter empatia para com eles? Há
hipóteses para isso: a credulidade inocente de pessoas que deixam que outros moldem
o seu comportamento, as suas ideias e opiniões sem um mínimo de questionamento.
Servem como massa de manobra para os falsos líderes. Outra hipótese é a de que
tais liderados são farinha do mesmo saco, desprovidos também de empatia...
Se acreditamos que o homem é por essência
bom, mais cedo ou mais tarde, a sociedade se dará conta de que líderes sem
empatia devem ser descartados. Mas, se associarmos à vertente que propugna o
homem como sendo mau, por natureza, aí só restará à sociedade a esperança de
que esse grupo de sem empatia seja pequeno ao ponto de não ter votos
suficientes para eleger falsos líderes...
Edson Pinto
Novembro, 2020