12 de nov. de 2020

323) EMPATIA, O QUE SERÁ?

 

Sabe aquela pessoa que, no Museu do Louvre, não consegue ter nenhuma manifestação emocional diante da Monalisa de Leonardo da Vinci?  No Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, diante do Guernica de Pablo Picasso, comporta-se em absoluto alheamento? Ou, na Capela Sistina, em Roma, dá mais importância à dor de pescoço que teve por ter de olhar para cima para admirar o magnifico afresco de Michelangelo, do que ao que a obra representa?

Pode ser ainda aquela outra que mesmo defrontando-se com a morte de milhares de pessoas por uma epidemia devastadora são incapazes de se colocar no lugar dos que sofrem pela perda de entes queridos, pois acham que a assim mesmo... Que todos nós um dia vamos morrer, e coisas do gênero?

Sim, elas existem! E o que lhes unem numa categoria toda à parte é o que comumente chamamos de pessoas que não são capazes de ter e demonstrar empatia. Para que não fiquem dúvidas, vai aqui a definição do dicionário Aurélio:

“Empatia é a capacidade psicológica para se identificar com o eu do outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas. Ato de se colocar no lugar do outro”

Porém, é aqui que o diabo mora...

Como alguém que se propõe a liderar um grupo social, pequeno ou grande. Uma família; uma associação; uma entidade pública ou privada ou até mesmo uma enorme nação com milhões de habitantes, pode fazê-lo desprovido dessa capacidade psicológica tão básica?

Como pode um líder ter influência sobre seus liderados se não for capaz de ter empatia para com eles? Há hipóteses para isso: a credulidade inocente de pessoas que deixam que outros moldem o seu comportamento, as suas ideias e opiniões sem um mínimo de questionamento. Servem como massa de manobra para os falsos líderes. Outra hipótese é a de que tais liderados são farinha do mesmo saco, desprovidos também de empatia...

Se acreditamos que o homem é por essência bom, mais cedo ou mais tarde, a sociedade se dará conta de que líderes sem empatia devem ser descartados. Mas, se associarmos à vertente que propugna o homem como sendo mau, por natureza, aí só restará à sociedade a esperança de que esse grupo de sem empatia seja pequeno ao ponto de não ter votos suficientes para eleger falsos líderes...

Edson Pinto

Novembro, 2020