Juro que eu fui um dos milhões de brasileiros que esperou com grande ansiedade as revelações bombásticas que Rosane Brandão Malta faria sobre o seu ex-marido, o ex-presidente Fernando Collor de Mello. O Fantástico prometera durante toda a semana passada a abertura do baú de segredos da ex-primeira dama. Frustrante! Para mim, pelo menos, tudo não passou de uma lavagem de roupa suja sem nenhuma contribuição de valia. Penso até que muita gente que odiava visceralmente o ”impichado” caçador de marajás deve agora vê-lo com olhos menos críticos. Ou seria outro o objetivo?
Bem, seja como for, o homem tinha lá suas esquisitices, notadamente as ligadas ao seu apego a ritos religiosos extravagantes. Mas, como no Brasil temos constitucionalmente assegurada a liberdade religiosa, pouco me importa se o deprimido presidente da época tenha ficado três ou mais dias no porão da casa da Dinda meditando e pedindo às forças ocultas que os males que lhe açoitavam se revertessem aos seus causadores. Há gente que fica em retiros espirituais de outras religiões por tempo até mais longo e – ao que parece – isso nunca foi e nem será condenável. Portanto, essa revelação trazida pela ex-primeira dama é irrelevante, isto é, não contribui em nada para a melhoria da vida nacional.
Tinha Collor lá seus segredos e conchavos com o Paulo César Farias, o famoso PC? Ora, isso tinha mesmo... Usou sobras de campanha para reformar a casa da Dinda e ainda comprou uma peruinha chinfrim do modelo Elba da Fiat? Também não temos dúvidas de que sim... Essa promiscuidade entre interesses pessoais e políticos é, como sabemos, o câncer que acomete a vida nacional desde sempre. O desrespeito às leis, às regras, à ética, à moral e a hipocrisia é marca registrada da sociedade brasileira:
O individuo joga lixo pela janela de seu carro e depois reclama que a cidade está suja. Atravessa a rua com o semáforo fechado e depois reclama que os motoristas não respeitam os pedestres. Abre o saco de biscoito do supermercado, para consumo, sem pagar, e depois reclama que os preços estão elevados. Compra o gabarito de um concurso público para ser aprovado, entra ilicitamente no serviço público e depois reclama que o salário é baixo. Na política, extorque empresários, compensa-lhes com contratos lesivos ao erário e depois se posta como guardião da ética e da moralidade.
O que chama a nossa atenção é o fato de o sistema político brasileiro insistir em não aprender com as experiências pretéritas. O que aprendemos com o impeachment de Collor? Nada! Nada mesmo. Se houve, na época, falta de ética e perpetração de vários crimes, o que não dizer dos fatos mais recentes?
Collor reformou a casa da Dinda com os achaques do seu tesoureiro de campanha, mas depois o PT montou o esquema mais sórdido de todos os tempos que foi o Mensalão, utilizando-se das empresas públicas para desvio de dinheiro. Mais recentemente, o escândalo Cachoeira que já começa a nos revelar que bilhões de reais em contratos foram dados para a empresa Delta e que boa parte disso voltou para os corruptos em cargo de mando no País.
As dezenas de escândalos posteriores a Collor, só em desvio do dinheiro público, comprariam todas as Elbas produzidas pela Fiat no mundo. Enquanto isso, quanto das tantas vidas perdidas nas estradas mal conservadas do País, das horas desperdiçadas no trânsito caótico das nossas cidades, do desconforto dos nossos entulhados aeroportos, das escolas mal equipadas e dos professores mal remunerados não poderíamos ter sido reduzidos com o uso correto dos recursos desviados?
Qual a grande lição que poderíamos tirar das revelações de Rosane, ex-Collor, e que nos seria útil como exemplos de que algo mudou para melhor desde que o impeachment acontecera? Na aviação, considera-se que a investigação de cada acidente, por mais inexpressivo que possa parecer, é fundamental para que se aprenda como evitar a sua repetição. Na política, especialmente na nossa, parece que nunca se aprende com o passado. A regra é avançar cada vez mais no erário. É, como conseqüência, taxar cada vez mais o cidadão para ter os recursos que sustentam a malfeitoria.
Rosana, como diz, acredita em Jesuscidência. Seja lá o que isso significa, fica-nos, primeiro, a dúvida se ela só quer rever a pensão de R$18 mil mensais, pois tem uma amiga cujo “ex”, que nem presidente foi, recebe pensão de R$40 mil, ou se quer dar uma mãozinha para recuperar parte do prestígio perdido por quem ela considera ser seu “Ex My Love”? Certeza, contudo, é a constatação de que se o amor de Rosane e Collor for colocado na vitrine dificilmente valerá um e noventa e nove...
Edson Pinto
Julho’2012
2 comentários:
De: Edson Pinto
Para: Amigos
Caros amigos:
Quanto vale o amor de Rosane Brandão Malta e Fernando Collor de Mello?
Tentei responder essa pergunta com a minha crônica desta semana, UM E NOVENTA E NOVE.
Veja se você pagaria mais do que isso...
Bom final de semana a todos!
Edson Pinto
De: Marco Brizzi
Para: Edson Pinto
Amigo Edson,
A GLOBO + uma vez demonstrou que sabe fazer marketing como ninguem, pois segurou todo mundo por 15 minutos em uma entrevista das mais insignificantes que a TV brasileira poderia apresentar, e demonstrou que sua entrevistadora/reporter é apenas uma apresentadora meia boca, afinal na fase de edição da entrevista, a direção da GLOBO já previu que a entrevistada e seus argumentos, era muito fraco para causar qq. sensação naquele horário, mas não respeitando seus assíduos telespectadores colocou essa bosta no ar.
A conclusão que chegamos é que pelo insignificante valor de uma ELBA DA FIAT o PT, o PMDB e o PSDB se uniram e conseguiram armar um movimento e derrubar o Collor e sua gang de trombadinhas. Agora desde que o Lula assumiu o poder nenhum desses dois partidos que eram considerados os maiores do país ( PMDB E PSDB ) se mobilizaram para descobrir aonde estão os bilhões desviados pelo molusco do AB C e sua quadrilha de PETRALHAS ( Irmãos Metralhas + politicos do PT).
Sinto que o esquema usado pelo Molusco é realmente infalível, fico com 50% e o restante voces dividem irmanamente e com o loteamento dos ministérios voces fazem o resto. Veja os recentes casos do Ministério dos Transportes e o caso do Ministério dos Esportes com a Copa de 2.014, sem contar com o Ministério da Pesca em que a Ministra Ideli Salvatti aprovou a compra de embarcações ao custo de R$1,2 milhões cada barco. Imagine a tecnologia que tem nessas embarcações para custar o que custou.
Abs.
MArco Brizzi
Postar um comentário