Meu amigo José Roberto dos Santos
me repassou um texto/desabafo que - de forma pretensamente didática - eu tentei
resumir e acomodar na tabela abaixo. Não são necessariamente pontos de vista pessoais,
quer seja do meu amigo, quer sejam meus, mas sim a síntese de uma reflexão sobre
o que paira no ar. Não se deve, portanto, subestimar a sua fácil aplicação ao
momento que ora vivemos. Reagrupei os temas, acrescentei algumas firulas, mas
respeitei integralmente o seu espírito original.
Sua leitura, creio, pode levar a cada
um de nós à necessária conscientização de que vivemos, infelizmente, em um país
cada vez mais apartado das convicções e dos valores que nos impulsionavam os
ideais até um passado não tão distante.
O QUE FIZ E SOU...
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... E O PREÇO QUE PAGO POR ISSO.
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Meus pais foram responsáveis e
rigorosos comigo me propiciando escola e educação. Assim, estudei e pude adentrar ao mundo do conhecimento.
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Agora sou rotulado de pertencer a
uma minoria privilegiada. Omitem por conveniência o mérito dos meus pais e os meus próprios.
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Com esforço e sacrifício do meu tempo de lazer trabalhei
de dia e às noites frequentei a Universidade e me diplomei
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Hoje, me consideram burguês. Não
raro, um privilegiado membro da elite. Se eu bato panela em protesto à
calamitosa situação do País me assacam um “Elite Gourmet”
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Trabalhei arduamente por 35 anos na
mesma empresa e consegui formar meu patrimônio, pequeno, mas sólido.
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Sou visto com um membro da elite,
um esnobe que não tem pena dos despossuídos. Esquecem-se dos exorbitantes impostos
que pago que se bem aplicados fariam adequada justiça social.
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Não votei no PT, no PCdoB e em
outras dessas siglas exóticas.
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Hoje me chamam de fascista, de
neoliberal, de direita caviar.
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Sou hétero e cristão, mas respeito e
defendo o direito dos outros quanto às suas próprias preferências.
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Mas quando expresso essa minha
condição me rotulam homofóbico e infiel.
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Não sou sindicalizado, por opção.
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Isto me torna um traidor da causa
operária e um subserviente aliado do patrão.
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Tenho minhas próprias convicções e
opiniões. Não aceito quaisquer versões que o governo, mentindo, diz como se
verdades fossem.
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Por isso, tacham-me de golpista.
Quando reclamo dos altos impostos que pago, me rotulam de sonegador. Se eu critico
os roubos na Petrobrás, atacam o meu patriotismo.
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Sou adepto incondicional da
meritocracia.
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Rotulam-me de antissocial, de
egoísta, de insensível, de elitista.
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Sou muito grato aos meus pais que
me educaram com disciplina e me ensinaram a respeitar os outros.
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Hoje, quando defendo maior rigor na
criação dos filhos me consideram um carrasco a impedir-lhes o pleno
desabrochar.
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Respeito a vontade popular e confio
na instituição das forças armadas para garantir a segurança constitucional do
País.
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Quando falo isto me chamam de
oposição golpista de ser um saudosista do regime militar.
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Como já disse, em 1/10/2009 eu
escrevi e publiquei neste mesmo blog, o texto de nº 138 intitulado, “Eleição dos Bichos” (clique
neste link para ter acesso a ele: http://blog-do-edson-pinto.blogspot.com.br/2010/10/138-eleicao-dos-bichos.html)
Sugiro a leitura, porque o tema
desta crônica de hoje tem muito a ver com o que lá expressei. A situação é
outra, mas os bichos são os mesmos...
No texto, para resumir, fiz
referencia ao importante e ainda atual clássico de George Orwell, “A
Revolução dos Bichos”. Lá, ele satiriza a experiência socialista
empreendida pelos bichos da Granja Solar liderada pelo porco Napoleão. Havia
ainda, assessores manipuladores da mesma espécie, ovelhas alienadas, burros
esforçados e galinhas dispersas. Os valores inicialmente estabelecidos para nortear
as ações dos comandantes foram perdendo consistência, esquecidos, modificados e
adaptados aos seus interesses pessoais.
Alguma semelhança?
Edson Pinto
Março’2015
Um comentário:
De: Edson Pinto
Para: Amigos
Caros amigos (as):
Domingo, dia 15, parte expressiva do povo brasileiro irá às ruas para manifestar, legal e democraticamente, sua insatisfação com os rumos atuais do País.
Meus votos e crença são de que tudo correrá em paz e que a mensagem que vier das ruas seja assimilada com humildade pelos comandantes do momento.
Em sintonia com isso, escrevi este texto "DE NOVO OS BICHOS".
Muito juízo neste final de semana!
Edson Pinto
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