11 de jun. de 2015

296) QUAL É O SEU TEMPERAMENTO?

(Fonte: The Psychology Book, Globo, 2012, vários colaboradores)

Gosto sempre de organizar meus pensamentos pela cronologia. Assim, imagino, as ideias encontram consistência e fica mais fácil fazer-se entendido. Considerem, portanto, esta sequencia de fatos históricos:

495 – 435 a.C. : Empédocles, filósofo grego, argumentou que as características dos até então considerados quatro elementos básicos da natureza (terra, ar, fogo e água) estavam na origem de todas as substâncias conhecidas. E quais eram essas características? Terra (fria e seca); ar (quente e úmido); fogo (quente e seco); água (fria e úmida).

460 – 370 a.C. : Hipócrates, também grego e considerado o pai da medicina, foi na cola de Empédocles e desenhou o seu modelo médico servindo-se das características dos mesmos  quatro elementos básicos. Propôs que elas se manifestavam no corpo humano na forma de fluídos corporais a que chamou de humores.

129 – 201 a.D. : Galeno, médico e filósofo romano, aplicou a teoria de Hipócrates que era basicamente corporal também para a personalidade. Ele não tinha dúvidas da correspondência direta entre a quantidade de humores que havia em cada pessoa com o seu temperamento.

Daí a teoria de Galeno:

As pessoas, dependendo da prevalência de determinado humor, podem ser classificadas em quatro tipos de temperamentos, cada qual com as suas próprias características: Vejam também a figura que ilustra este texto!

Sanguíneas, por terem muito sangue, são em geral, alegres, otimistas, confiantes, mas podem ser também egoístas;

Fleumáticas, apresentam excesso de fleuma, frieza e normalmente são quietas, tranquilas, racionais e coerentes, mas também podem ser lentas, tímidas e desinteressadas.

Coléricas, acumulam muita bílis amarela oriunda do fígado e por isso são impetuosas, enérgicas, apaixonadas, mas em contrapartida podem ser irritadiças.

Melancólicas, apresentam excesso da bile negra vinda do baço e se destacam pelas suas tendências poéticas e artísticas, mas isto lhes custa suportar as companhias nada agradáveis da tristeza e do medo.

Para Galeno, é da harmonia desses quatro humores que se obtém uma vida feliz. O fato de que um deles se sobressaia não preocupa, apenas determina a sua característica, ou seja, o temperamento da pessoa. Quando, contudo, isso se apresenta de forma excessiva é que reside o busilis, o xis da questão. Aqui de volta ao eterno “virtus in medium est”. A virtude está no meio, no equilíbrio, ou, nem tanto ao céu nem tanto à terra...

Não sou credenciado nem é minha intenção tratar das terapias que se desenvolveram para a busca do equilíbrio desses humores. O que sei é que na busca da paz e para que tenhamos uma vida mais saudável, o equilíbrio desses humores é condição “sine qua non”, mesmo porque – pelo que já se sabe – a teoria de Galeno mostrou-se posteriormente desprovida de base científica e portanto caiu em desuso.

Mas, mesmo fora de moda, temos que reconhecer que a teoria de Galeno continua sendo muito interessante para explicar os temperamentos que as pessoas em geral apresentam. Quem não conhece, ou mesmo se identifica como sendo, um colérico, um fleumático, um sanguíneo ou um melancólico? Estes temperamentos estão por toda parte, nas pessoas conhecidas, nas desconhecidas ou em nós mesmos.

Isso é bom, ruim ou não tem importância para o convívio social a que nos submetemos?

É sempre uma batalha inglória a tentativa de dar a um colérico, por exemplo, um pouco de fleuma ou transformar um melancólico em um tipo alegre e confiante como se encontra nos sanguíneos. O caminho mais correto para esse reequilíbrio - penso - deveria ser o autoconhecimento, pois é só com ele que podemos mudar nossa essência. Portanto, nos autoanalisemos. Temos o dom da inteligência e a prerrogativa do livre-arbítrio. Equilibrar nossos humores é algo que diz respeito a cada um e a mais ninguém.

Edson Pinto

Junho’2015 

Um comentário:

Blog do Edson Pinto disse...

De: Edson Pinto
Para: Amigos

Caros amigos (as):

O maravilhoso da vida é que embora sejamos todos biologicamente semelhantes temos, contudo, temperamentos diferentes. Também penso que se fossemos iguais em tudo a vida não seria o que é.

Nesta semana resolvi especular sobre o tema e escrevi este texto QUAL É O SEU TEMPERAMENTO?.

Abraço e bom final de semana a todos!

Edson Pinto