Fernando Martins Couto, 32 anos, jovem biólogo, desprendido com as coisas materiais da vida, só queria aproveitar aquele dia de feriado do serviço público estadual em que o trabalho no Instituto Butantã, onde se aprofundava no estudo da cascavel Crotalus durissus, para o seu mestrado, ficaria para o dia seguinte.
Saiu do bairro do Butantã, onde também morava, segunda-feira, 26, pela manhã, com sua bicicleta a caminho do autódromo de Interlagos. Nada mais simples, bucólico, aventureiro e saudável para o jovem que abrira mão do convívio tranqüilo com os pais no interior pela sua sincera paixão à Biologia. Infelizmente, ainda no trajeto e enquanto se informava com um gari no canteiro central de uma avenida, um ônibus, desses muitos desgovernados da louca cidade de São Paulo, destrói-lhe o corpo físico e, no ato, liberta sua alma iluminada para a dimensão eterna.
Num átimo, e nada mais do que isso, o corpo são de um jovem sonhador perde sua luz como se fosse uma lâmpada desligada pelo simples toque em um interruptor. Difícil aceitar, embora exemplos se multipliquem mundo afora, que uma vida possa ser desligada assim de forma tão inesperada. Deveríamos morrer vagarosamente, por anos e anos à medida que a vida avançasse bastante, mas bastante mesmo e em tempo suficiente para que aprendêssemos tudo, cantássemos todas as canções do mundo, brincássemos com todas as crianças e cultivássemos todos os amigos possíveis. Só filhos, netos e bisnetos deveriam ver seus pais, avós e bisavós morrerem e nunca o contrário. Mas, nossos amigos Roberto e Regina Couto tiveram que experimentar o dissabor dessa lógica contrariada.
De mente instruída pela vivência profícua e pela comunhão com ideias sólidas da eternidade da alma, aceitam essa antecipação do inevitável como prova de que Fernando não deixa este mundo, assim, só por deixá-lo. Deixa-o rápido como uma luz, pois nada mais rápido do que ela para, num átimo e nada mais do que isso, sair desse vale de lágrimas e tomar acento na dimensão longínqua onde habita o Criador e as criaturas do bem. É, de hoje em diante e para sempre, mais uma estrela a brilhar na imensidão do infinito.
Nós, os amigos entristecidos, depositamos nos corações de Roberto, Regina e Marcelo o calor da solidariedade e o testemunho de que Fernando, 32 anos, jovem biólogo, desprendido com as coisas materiais da vida e que só queria aproveitar aquele dia de feriado fora tão amado nos seios da família e dos amigos que só nos resta, humildemente, rogar para que a sua luz nunca deixe de incidir sobre nós.
Sim, assim é a vida: Tudo termina como começa...
Edson Pinto
Novembro'2009
Saiu do bairro do Butantã, onde também morava, segunda-feira, 26, pela manhã, com sua bicicleta a caminho do autódromo de Interlagos. Nada mais simples, bucólico, aventureiro e saudável para o jovem que abrira mão do convívio tranqüilo com os pais no interior pela sua sincera paixão à Biologia. Infelizmente, ainda no trajeto e enquanto se informava com um gari no canteiro central de uma avenida, um ônibus, desses muitos desgovernados da louca cidade de São Paulo, destrói-lhe o corpo físico e, no ato, liberta sua alma iluminada para a dimensão eterna.
Num átimo, e nada mais do que isso, o corpo são de um jovem sonhador perde sua luz como se fosse uma lâmpada desligada pelo simples toque em um interruptor. Difícil aceitar, embora exemplos se multipliquem mundo afora, que uma vida possa ser desligada assim de forma tão inesperada. Deveríamos morrer vagarosamente, por anos e anos à medida que a vida avançasse bastante, mas bastante mesmo e em tempo suficiente para que aprendêssemos tudo, cantássemos todas as canções do mundo, brincássemos com todas as crianças e cultivássemos todos os amigos possíveis. Só filhos, netos e bisnetos deveriam ver seus pais, avós e bisavós morrerem e nunca o contrário. Mas, nossos amigos Roberto e Regina Couto tiveram que experimentar o dissabor dessa lógica contrariada.
De mente instruída pela vivência profícua e pela comunhão com ideias sólidas da eternidade da alma, aceitam essa antecipação do inevitável como prova de que Fernando não deixa este mundo, assim, só por deixá-lo. Deixa-o rápido como uma luz, pois nada mais rápido do que ela para, num átimo e nada mais do que isso, sair desse vale de lágrimas e tomar acento na dimensão longínqua onde habita o Criador e as criaturas do bem. É, de hoje em diante e para sempre, mais uma estrela a brilhar na imensidão do infinito.
Nós, os amigos entristecidos, depositamos nos corações de Roberto, Regina e Marcelo o calor da solidariedade e o testemunho de que Fernando, 32 anos, jovem biólogo, desprendido com as coisas materiais da vida e que só queria aproveitar aquele dia de feriado fora tão amado nos seios da família e dos amigos que só nos resta, humildemente, rogar para que a sua luz nunca deixe de incidir sobre nós.
Sim, assim é a vida: Tudo termina como começa...
Edson Pinto
Novembro'2009
Um comentário:
De: Edson Pinto
Para: Meus leitores:
Caros amigos:
Mal a última semana havia começado, um infortúnio desses que nos pegam de chofre e nos rompe com a sisudez dos dias, acomete um casal amigo, Roberto e Regina Couto: A morte incompreensível, em um banal acidente de trânsito, de um de seus dois filhos.
A morte, esse mistério insondável que nos pauta a vida, pode ser auscultada de várias formas: Para uns é o fim de tudo. Para outros, o contrário, o começo da jornada perene. É difícil, confesso, refletir com bom grau de assertividade sobre o tema, principalmente quando ela, a morte, visita gente tão perto de nós.
Escrevi, com efeito, o texto NOVA LUZ QUE SE FAZ para, a partir dessa desdita real, provocar uma reflexão sobre a transitoriedade de nossa passagem terrena e o que isso implica no destino de quem vai e na vida de quem fica. Este texto é ainda um tributo póstumo ao jovem Fernando e um preito de conforto aos seus entes queridos.
Um bom mês de novembro a todos!
Edson Pinto
Postar um comentário