Quem tudo quer deve se acostumar a - de vez em quando - se sentir frustrado, pois, neste mundo de Deus, nem todas as coisas que almejamos são possíveis de se alcançar. Nós brasileiros, infelizmente, continuamos a fazer “beicinho” a cada momento em que nos negam aquilo que julgamos merecedores. Frustrada a expectativa, para muitos de nós, o que fica é sabor amargo muito parecido àquele proveniente da derrota do nosso time de futebol em partida decisiva.
Nesse recente episódio da escolha do novo papa, alimentávamos a ilusão de que ele poderia ser brasileiro, assim como acalentamos há tempos, e também sem sucesso, o sonho de ganharmos uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, um prêmio Nobel de qualquer coisa e um Oscar de melhor filme estrangeiro.
Somos um povo otimista, o que é bom. Mas somos também um povo pouco realista, pois ao formularmos sonhos nos esquecemos de todas as deficiências de base que ainda nos impedem de sermos melhores: sistema educacional precário; pobreza elevada; corrupção endêmica, estado perdulário, políticos e políticas perversos e, como diz Macunaíma, de Mário de Andrade: “pouca saúde, muita saúva, os males do Brasil são”...
E não me venham dizer que já temos cinco Copas do Mundo e o carnaval com os mais cobiçados bumbuns, pois eu direi que talvez o nosso problema seja exatamente esse...
O cardeal jesuíta, argentino, Jorge Mario Bergoglio, em muito pouco tempo de exposição desde que se tornou papa, já nos surpreendeu pela sua humildade, sabedoria e simpatia. É tudo o que gostaríamos de ver em qualquer líder no comando de qualquer atividade humana. À frente da Igreja Católica, pela sua importância e nobres propósitos, a escolha de um homem com tamanhas virtudes chega-nos a ser uma benção. O papa não é um jogador de futebol que joga em tal ou qual time ou em tal ou qual seleção. É, sim, um pastor de todas e quaisquer almas deste mundo, tenha ele a nacionalidade que tiver.
É claro que se o conclave tivesse escolhido um brasileiro, o PT saberia como “nunca antes na história deste País” tirar vantagem política do fato. Seria capaz de atribuir tamanha glória aos avanços sociais dos dez anos de governo petista. Disso, felizmente, estamos livres...
Contudo, para a manutenção do orgulho nacional, há, ainda, uma esperança: basta encontrarmos alguma ligação do papa Francisco com o Brasil para passarmos a dizer de forma repetitiva que ele é nosso. O povão, certamente, acreditará... Não resisto a dar aqui algumas dicas: vejam se ele alguma vez já passou férias em Camboriú; se já assistiu algum jogo do flamengo ou coisinhas do gênero. Tudo isso servirá para a sustentação a tese de que o papa é brasileiro.
Por fim, maledicências de lado, pé no chão e coração aberto: Que o papa Francisco seja feliz na sua missão de contribuir para a melhoria do mundo, quer sejamos católicos ou evangélicos, argentinos, italianos, alemães ou brasileiros, torcedores do São Lourenço de Almagro, do Corinthians, do Flamengo ou do Atlético Mineiro. Não importa! O que importa é a mensagem de paz e de amor tão necessárias para o bem da humanidade que - ao que tudo nos deixa crer - o papa Francisco tem toda a capacidade de passar ao mundo.
Edson Pinto
Março’2013
6 comentários:
De: Edson Pinto
Para: Amigos
Caros amigos:
Passados os primeiros momentos de surpresa pela escolha do cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio, como o novo papa, já começamos a nos simpatizar com ele.
Nós brasileiros já superamos a frustração pela não escolha de um nome nosso e começamos a nos identificar com o papa Francisco como se ele fosse nosso...
Pensando nisto escrevi DE QUEM É O PAPA? Texto que publico nesta semana neste meu blog.
Boa semana a todos!
Edson Pinto
Verdadeiro,Edson
Com uma semana somente,Francisco já cativou até o "cara" do Irã,o tal de Ahmedijian ( ou algum nome equivalente a este...)
Com tamanha simplicidade natural,sem precisar camuflar sentimentos para tornar-se popular,vai com certeza cativar muitos outros milhões,catolicos e não catolicos !!!
Um abraço
Saleh
Edson, muito boa sua colocação. porém o que vem estragando a igreja católica é essa cantoria parecendo banda de rock nas missas. Haja vista que os padres, como exemplo, Padre Marcelo , Fábio de Melo ( que tem até BMW)fazem seus shows particulares e cobram para tal.
Ou seja, até para assistir missas de padres que poderiam influenciar positivamente, tem que pagar.
Meu caro amigo Edson,voce tem um poder de analise,mas tambem comportamento muito similar ao Papa Francisco.É uma benção para mim e outros seus amigos tê-lo por perto e desfrutar de sua lavra.Abs de um catolico que ansiava por um omento destes na vida da Igreja.Ibrahim
Parabéns pelo artigo e vida longa ao Papa Francisco.
Excelente texto, Edson.
Penso que nesse momento, em que o materialismo e o individualismo andam se enraizando pelo mundo, Francisco é realmente uma Bençao e será uma Luz dando seu exemplo em 1º lugar para a Igreja Catolica.
Abs.Cristina
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