Gosto muito de me inteirar de
todas essas maravilhosas tecnologias que prometem nos dar mais segurança e
conforto. Mal nos acostumamos com uma e
lá vem outra que passa a desafiar a nossa capacidade de adaptação ao mesmo
tempo em que torna obsoleto e antiquado o modo com o qual nos relacionávamos,
até então, com o assunto. Caso nos recusemos a aceitá-las, submetemo-nos ao
compulsório alheamento à modernidade. Se não quisermos entrar para o rol dos
alienados ou mesmo dos jurássicos, o melhor a fazer é tentar entendê-las e até
mesmo adotá-las.
Já pararam para pensar o que
surgiu de novas tecnologias nos últimos 20 anos? Cito algumas: O computador
pessoal, que de utilidade restrita, no início, passou a ser quase uma
obrigatoriedade para tudo o que fazemos agora em nossas vidas. Afinal, é com
ele que nos informamos, controlamos nossas tarefas, acessamos e operamos a
conta bancária, consultamos mapas, agendamos compromissos, escrevemos
mensagens, cartas e as enviamos para qualquer lugar do mundo instantaneamente; pedimos
a pizza do final do dia; ouvimos música; assistimos filmes; colecionamos fotos
e muito mais.
O telefone, aquele mostrengo pesadão
que ficava num local especial da casa, virou celular, depois smartphone, ganhou
imagem, cores, GPS, acesso à internet, jogos eletrônicos, máquina fotográfica,
filmadora, agenda. Serve para chamar taxi, acessar a câmera de vídeo do
escritório, ver mapas e até – acreditem ou não – telefonar...
Os automóveis ficaram mais
seguros e confortáveis com sistemas automáticos de câmbio, freios ABS, sistema
de navegação por satélite, injeção eletrônica e sensores diversos. Poderia aqui
enumerar várias outras tecnologias na medicina, nos transportes, na engenharia
e outras áreas, mas isto tomaria muito do tempo de que preciso para falar sobre
uma em especifico que afeta o dia a dia de uma boa parte dos homens casados:
De uns dois anos a esta parte, temos
ouvido falar, com cada vez maior freqüência, sobre estudos que várias empresas
de informática, como o Google, universidades, montadoras de automóveis e outras
entidades sérias vêm fazendo para o desenvolvimento do carro que dispensa
motorista. A essa nova tecnologia tem-se dado o nome de ”Self-driving car” ou,
em português, “Direção Automática”. Funcionaria mais ou menos assim: Você entra
no seu automóvel e diz para ele que quer ir a tal ou qual destino. Pronto!
Pegue o seu jornal, ou seu tablet, ou seu celular, ou entabule uma animada
conversa com sua parceira ou parceiro de viagem e esqueça o desassossego do
trânsito. O carro fará tudo sozinho, dispensando-o de trocar marchas,
atentar-se aos sinais dos semáforos, frear, acelerar, virar o volante, prestar
atenção aos demais carros na pista, cuidar de não atropelar pedestres e todas
essas coisas que o motorista tem que fazer ainda hoje para se obter o mesmo
propósito que é o de se deslocar de um local a outro com rapidez e segurança.
Confesso que acho bonita e muito
engenhosa essa nova tecnologia de direção automática. Não nos espantemos, portanto, se dentro de
pouquíssimo tempo começarmos a ver os primeiros carros sem motoristas ao
volante circulando por nossas vias públicas. Como aconteceu com outras tecnologias,
talvez, um dia, essa eu tenha que assimilar também. Contudo, por ora, e nos
estágios das informações que são disponibilizadas ao público, confesso não ver
tanta vantagem. Se você meu amigo tiver uma situação parecida com a minha,
certamente saberá me dar razão e assim nos alinharmos em pensamentos. Explico:
Quando estou dirigindo com a
minha mulher ao lado, todas as funções automáticas do futuro e inovador sistema
“self-driving car” já me são completamente supridas: Sou automaticamente dispensado
de qualquer esforço intelectual para dirigir, pois ela me diz quando estou
próximo demais do carro da frente; me alerta quando há pedestre querendo
atravessar a via; me manda mudar de faixa quando constata que a faixa em que me
encontro está mais lenta do que a outra; chama-me a atenção para os semáforos,
para a sinalização vertical e de solo; me alerta severamente quando a
velocidade parece excessiva; determina-me virar à direita ou à esquerda tão
logo a esquina ou o cruzamento sejam atingidos; orienta-me para ligar ou
desligar o ar-condicionado, o rádio, o farol, a seta, colocar o cd no player e
todas e quaisquer outras tarefas que a nova tecnologia vier, suponho, a
incorporar nos veículos modernos. Por essa razão não vejo – a principio – muita
novidade no que vem por aí.
Como veem, não é pela introdução
automática de novas funções de controle que a tecnologia irá suprir o que já têm,
em geral, os homens casados com mulheres zelosas, pois ambas propiciam o mesmo
nível de controle e segurança. A minha situação atual em particular até que me
dispensaria – a priori – de ter um elevado gasto com a aquisição de um carro
com o novo e provável sistema de direção automática, uma vez que todas as tecnologias,
pelo menos nos seus momentos iniciais, tendem a custar bem caro.
Só há, contudo, uma possibilidade
de eu começar a me interessar por ela e, dessa forma, considerar um dia poder
adquiri-la: É saber se com a nova tecnologia “self-driving car”, ficarei livre
de todas as repreensões que recebo, ao dirigir, do meu sistema automático
atual...
Edson Pinto
Agosto’2013
2 comentários:
De: Edson Pinto
Para: Amigos
Caros amigos (as):
Já que as passeatas arrefeceram, vamos falar de outra forma de pressão que proporciona resultado igualmente positivo.
Enquanto as passeatas são manifestações coletivas, esta a que me refiro se insere no âmbito das relações pessoais.
Nesta semana, na crônica “DIREÇÃO AUTOMÁTICA”, reflito sobre novas tecnologias que podem afetar beneficamente nossas vidas.
Sobre uma em específico - a que promete nos dispensar como motoristas de nossos próprios carros - faço considerações várias. Não para desdouro da nova tecnologia, mas, sim, porque entendo que ela competirá com outra já existente...
Bom final de semana a todos!
Edson Pinto
Muito bom !!Ri bastante...Penso que muitos tem situação parecida...Tudo na vida é relativo.
Abs,
Cristina Taurizano
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