Ah, viver!
Viver é jogar bola num campo aberto, sob um sol imenso, com os pulmões
cheios de vento e as pernas famintas por distâncias...
A vida - essa coisa maravilhosa, as vezes absurda, inútil e necessária -
é como o futebol: um jogo vibrante, com regras que devemos seguir, mas com
liberdade suficiente para correr, driblar, errar, rir e suar gloriosamente!
Sim!
Tudo começa com um apito, o grito do nascimento e termina com outro, o
do silêncio final. Mas entre esses dois
sons e momentos distintos há o estrondo dos estádios da alma, as torcidas que
moram em nós, o delírio de tentar fazer sentido chutando a bola para frente.
Jogar!
Jogar sem medo. Passar a bola ao outro com confiança, como quem entrega
o coração. Gritar gol como quem afirma: “Estou vivo!” E errar também, tropeçar,
cair de cara no barro do chão vil e levantar com lama no rosto e vontade de
continuar.
A vida, como o futebol, é feita de momentos: um passe perfeito, uma
jogada improvável, um gol de bicicleta no meio da rotina e tudo se justifica.
Ah, o absurdo é belo! E o caos tem um ritmo que o coração entende melhor que a
razão.
Não me venham com lógica, com prudência, com planilhas de produtividade.
Quero a vibração das arquibancadas do espírito. Quero perder por goleada e
ainda assim sorrir, porque joguei com intensidade, com entrega, com carne e
alma.
No futebol, como na vida, às vezes o juiz erra, o time cansa, a torcida
vaia. Mas há sempre o segundo tempo. Sempre um recomeço. Sempre outra chance de
fazer melhor, de tentar de novo, de ser um pouco mais livre do que antes.
E se no fim não vencermos?
Que importa?
O importante é ter jogado com vontade bastante para que, ao sair de
campo, possamos dizer:
“Ah, como foi bom viver!”
23/5/2025
6 comentários:
Gostei muito. Ótima comparação.
Mais uma vez muito bem!!
Belo texto. Escrita fluida. Parabéns, Edson!
Ótimo ponto de vista adorei um abraço Saudades de ti
Belo como é a vida. Parabéns!!!
Muito certo e real!
É a mais pura verdade.
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