20 de fev. de 2013

226) CASA DE ORATES

Dr. Simão Bacamarte, depois de extensos e bem sucedidos estudos em Coimbra e Pádua e tendo recusado convite de el-rei para permanecer em terras ibéricas no mister de nobres atribuições relativas aos negócios da monarquia, resolve voltar à sua Itaguaí e ali erguer a primeira casa de orates. Orgulho tanto do reino como da colônia, pois as questões ligadas à insanidade mental nunca haviam merecido, aqui e alhures, tamanha atenção das ciências médicas.

No século XIX, pelo menos no famoso conto longo “O Alienista”, de Machado de Assis, já se vislumbrava, como se pode deduzir do parágrafo anterior, uma solução para as patologias do cérebro. Afinal, a ciência tinha o inefável poder de livrar o homem de todas as suas mágoas e Dr. Bacamarte, imbuído do mais puro Realismo, era, sem sombras de dúvidas, “o cara”...

Dona Dilma, 130 anos depois, parece ter criado o seu próprio manicômio. Fez do Palácio do Planalto a sua versão própria da casa de orates, com uma única e lamentável agravante, a de não ser, ou de não ter, um Dr. Simão Bacamarte para conduzi-la, com base nos elevados avanços das ciências e na necessária postura critica para o combate da hipocrisia e da corrupção que tanto vêm distorcendo as mentes irracionais dos asseclas que lhe compõe a corte, a tal ponto - pasmem - de exceções transformarem-se em regra. De aético ser tomado como ético e o dito, e o feito, serem tomados como não dito e não feito. Deve ser realmente loucura, meu Deus!

Quer um bom exemplo?

Vejam o caso escabroso que envolve a visita da blogueira cubana, Yoani Sánchez: O manicômio de Brasília atingiu o seu mais elevado grau de insanidade agregada. Não há como imaginar que a mesma turma - useira e vezeira na infame arte de produzir loucuras e malfeitos - tenha capacidade de desmoralizar o País mais do que presenciamos agora.

A moça, brilhante defensora da liberdade de expressão, voz independente, rebelde e heróica que representa o sofrido povo cubano, vem sendo alvo das maluquices de gente do Planalto ideológica, tática e estrategicamente subserviente aos ditames do Sr. Carlos Zamora Rodríguez, Embaixador de Cuba em Brasília. Aceitaram, os orates da presidência, a participação em atos medíocres que difamam Yoni Sánchez e defendem o indefensável, isto é, o já moribundo regime castrista.

Custa crer que a nossa presidente que também tem um histórico de luta pela liberdade de expressão e se apresenta como entusiasta da bandeira desenvolvimentista, coisa que sabemos só pode vingar no caldo de cultura do bom capitalismo, consinta em acomodar sob suas asas os malucos rancorosos que ainda endeusam o falido regime cubano, como se o comunismo, do qual se serve, ainda pudesse ressurgir das cinzas aos moldes da Fênix mitológica.

O comunismo morreu em 09 de novembro de 1989 quando o muro de Berlim veio abaixo. É incrível que isto ainda precise ser contado para os Srs. Gilberto Carvalho, Marco Aurélio top top Garcia, José Dirceu e tutti quanti. A Cuba comunista também morreu. O único e relevante detalhe é que apenas esqueceu-se de cair para merecer o devido réquiem; mas cairá com toda a certeza assim como caem os meteoros e todos os corpos do Universo atraídos pela inexorável lei da gravidade. Cairás de madura, oh fruta podre da árvore das ilusões perdidas! Consola-te com os votos de repouso eterno que havereis de receber!

O episódio reportado na Revista Veja desta semana e que nos antecipou com absoluta clareza a imprópria articulação do embaixador de Cuba, assim como o envolvimento e conivência dos comunistóides brasileiros, todos regiamente custeados pelos impostos que pagamos, não só é degradante como ainda coloca a nossa presidente em uma situação muito ruim. Yoani Sánchez, do alto de sua inteligência e bom-senso, tem dito estar maravilhada com a liberdade de expressão que encontrou no País. Não se importa com os manifestantes contrários a sua presença, muito menos com os surrados argumentos com que o governo cubano os municiou para taxá-la de agente do império ianque e outras babaquices do gênero.

Nós também nos regozijamos com o fato de admitirmos a manifestação livre de ideias, sejam elas as que se conformam com os nossos pensamentos, sejam as que nos são frontalmente contrárias. Democracia é isso! O que é difícil entender é como um mesmo governo pode ser tão descaradamente ambíguo. Tão deslavadamente incoerente moral e eticamente e tudo custeado por nós, os maiores pagadores de tributos do mundo. Só podem ser malucos. De novo: Deve ser loucura!

O Brasil ao se alinhar ideologicamente ao regime castrista passa ao mundo uma terrível imagem de atraso. Nós que imaginávamos estar adentrando ao primeiro mundo, ficamos cada vez mais distante da racionalidade. Ou tomamos posições modernas e coerentes com os princípios de liberdade política e econômica ou nos colocamos do lado daqueles que não conseguem compreender os requisitos do mundo moderno, real.

A presidente Dilma não pode se vangloriar de sua luta histórica pelo direito de liberdade de expressão e ao mesmo tempo conviver com os orates Gilbertos Carvalhos que endeusam Fidel e seu regime repressivo, sem liberdade de expressão e sem comida suficiente para todos.

Edson Pinto
Fevereiro’ 2013

Um comentário:

Blog do Edson Pinto disse...

De: Edson Pinto
Para: Amigos

Caros amigos:

Esse assunto da visita da blogueira cubana, Yoani Sánchez, ainda em curso aqui no Brasil, nos trouxe à tona maluquices inimagináveis do pessoal de Brasília...

Como está difícil consolar as viúvas brasileiras do falecido comunismo! São tantos aloprados trabalhando no Palácio do Planalto que me fez buscar no fundo da memória a figura de uma casa de loucos, ou, casa de orates, como a que Machado de Assis colocou em seu famoso conto do século XIX, ”O Alienista” (pode ser entendido como a denominação que se dá ao médico que cuida de doenças mentais)

Refletindo sobre o tema, escrevi minha crônica desta semana com o título CASA DE ORATES. Vejam se faz sentido!

Bom final de semana a todos!

Edson Pinto