11 de dez. de 2009

110) OS SINOS REPICAM POR NÓS

Nada mais simbólico do que a imagem de um sino... Em real, podemos encontrá-lo soberano no campanário da torre de uma igreja como a lembrar-nos de atos importantes; no pátio da escola dando alegria à garotada ao informar a chegada do intervalo ou o fim da aula; na porta de uma casa para anunciar um visitante, e ainda, modernamente, no toque de um telefone celular excêntrico.

O bimbalho do sino que já foi considerado o grito do medievo regulava a vida da cristandade. Convocava para a missa, lembrava as horas marianas, as novenas e dobrava lúgubre pelo pesar de uma morte na comunidade. O Quasímodo, fruto da fértil imaginação de Vitor Hugo, sineiro da Catedral de Notre Dame de Paris, mesmo surdo pelo reboar estrondoso dos sinos que badalava, não se sentiu impedido de apaixonar-se pela sua cigana Esmeralda.

O sino, como alegoria, traz-nos mensagens profundas o bastante para sensibilizar-nos o âmago. Ele nos faz lembrar tantas coisas: Da infância, dos domingos de missa, da escola e da professora. Em tempos de Natal e de virada de ano, tende a simbolizar somente coisas boas: Lembra-nos de que a cristandade se regozija com a chegada do menino Jesus e do bem que ele trouxe ao mundo. Lembra-nos, ainda, da missão cumprida por mais um ano de nossas vidas e dos desafios que enfrentaremos no próximo.

Quero, por essa razão, lançar mão do simbolismo do sino para transmitir a todos os meus amigos os sinceros votos de um feliz Natal e um ano novo repleto de realizações boas e vitórias sólidas. Como presente de Natal, dou a todos uma trégua nas publicações em meu blog. Este texto é o último do ano e só voltarei a aborrecê-los, com outro, lá para o início de fevereiro quando o carnaval já tiver assumido a posição central das preocupações dos brasileiros.

O ano de 2010 promete-nos muito: Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, portanto muitas vuvuzelas e eleições presidenciais aqui no Brasil. Quero estar vivo junto com vocês para podermos acompanhar tudo e assim ouvirmos com imensa alegria o sino da vitória. Sabe por quê? Porque eles sempre repicam por nós...

Feliz Natal e próspero Ano Novo a todos!

Edson Pinto
Dezembro’09

7 de dez. de 2009

109) O PRINCÍPIO DE DIRICHLET


O matemático alemão Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet que viveu na primeira metade do século XIX ganhou notoriedade com seus estudos no campo da teoria dos números. Legou-nos um princípio tão óbvio e simples que, se quisermos, podemos aplicá-lo em campos vários do relacionamento humano.

Na versão mais simples do Princípio de Dirichlet aprendemos que “se existem “n+1” pérolas em “n” caixas, então alguma caixa conterá mais uma pérola”. Simples assim, podemos inferir que muitos problemas que o dia-a-dia nos apresenta podem ser facilmente resolvidos sem necessidade de zelosas lucubrações. Exemplo: Se tenho oito compromissos em uma semana, logo, em no mínimo um dos dias, terei mais de um compromisso a ser cumprido. Óbvio, pois a semana tem somente sete dias. Sabendo disso, eu me reprogramo ou já saberei de antemão que terei uma semana infernal, já que moro em São Paulo onde o trânsito, no máximo, nos permite assumir um único compromisso por dia.

Extrapolemos a aplicação desse princípio para a vida política do País. Se cada homem público tem “n+x” parentes, namorados de netas, colegas de sobrinhos, primos de conhecidos, indicados de amigos e coisas do gênero enquanto só temos “n” cargos disponíveis na máquina estatal, logo, para os mesmos cargos existirão sempre vários apaniguados. A conseqüência é que toda essa gente continuará na Folha de Pagamentos da Pátria Amada mesmo que não tenha absolutamente nada a fazer.

Aqui o Principio de Dirichlet nos indicaria a necessidade de cortar toda a gordura até que a eficiência máxima possível fosse alcançada. __ Mas, quem faria isso? Dirichlet só enunciou o seu princípio, convenhamos. Compete a nós entendê-lo e usá-lo em favor de nossas melhores intenções. __ E por que não o fazemos? Todo nós que não somos políticos, não estamos em posição de mando na máquina estatal e que somente pagamos impostos e cada vez mais altos, ficamos lamentando a própria impotência diante de tão avassaladores desmandos.

É a democracia! Responderiam os puros que, como eu, acreditam no andamento ainda inacabado do nosso processo democrático. Um dia, esperamos nós os otimistas, chegaremos a ser um país mais eficiente e por conseqüência mais justo. Tudo depende de duas coisas muitos simples: A intensidade de nossa paciência para esperar por tempos melhores e da nossa atuação ativa para que o processo se complete de forma mais rápida.

Paciência é uma questão pessoal. Uns tem menos que outros e por isso podem sofrer mais. Atuação, contudo, é muito mais simples e o momento é igual para todos: É só levarmos a sério o valor do nosso voto no momento sagrado do sufrágio. 2010 já está bem aí...

Edson Pinto
Novembro’2009