Estamos vivendo uma semana de
grande expectativa quanto ao resultado da eleição deste domingo, 26 de outubro
de 2014. Agora, quando começo a escrever este texto, são 17h20 da quinta-feira,
23/10, portanto, há menos de três dias do pleito. Por sinal, o pleito eleitoral
que apresenta - sem precedentes históricos – um enorme potencial para mudar a
vida de todos nós, brasileiros.
Pensei: Vou realmente começar a
escrever agora mesmo, mas com a ideia de finalizar o texto somente no domingo,
quando a apuração das urnas já tiver nos revelado quem será o novo presidente
da República. Ao fazer isso, tenho em mente conseguir registrar com a maior
fidelidade possível o que as informações disponíveis nos dois momentos me propiciaram
de emoções verdadeiras. Vou manter esta primeira parte inalterada para só, no
domingo, escrever o seu complemento.
ANTES DO PLEITO (23/10)
Acabo de ver a nova pesquisa do
Datafolha liberada há minutos. Ela me traz, com espanto, a informação de que
Dilma atingira 53% dos votos válidos e Aécio 47%. Se verdadeira, Dilma será reeleita.
É espantoso porque a pesquisa revela uma virada sem nenhuma correspondência com
tudo o que temos visto desde a semana passada. Aécio com o seu discurso lógico,
seu bom programa de governo, sua competência de bom administrador, seu carisma
e postura de verdadeiro estadista contrapunha-se de forma arrebatadora ao
amontoado de calúnias que vinha sendo a marca da campanha de sua adversária.
Nas redes sociais - só não vê que
não quer - a grande adesão dos internautas ao nome de Aécio. Estou estarrecido
e torcendo para que esses institutos de pesquisa estejam novamente errados. Meu
sentimento neste instante é de tristeza e profunda apreensão. Vejo o País sendo
dividido pelo ódio plantado pelos petistas e especialmente pela exótica figura
do ex-presidente Lula. Penso que será um retrocesso sem precedentes na vida do
Brasil e, infelizmente, não apenas um flerte como nos tem parecido até agora,
mas sim o casamento com o regime retrógado e totalitário bolivariano.
Meu Deus! Quão precária é a
democracia que permite que toda uma nação seja submetida, por força da manipulação
de gente simples que é comprada com os benefícios assistencialistas na base do “dar
o peixe, mas não ensinar como pescá-lo”. Estou apreensivo e com medo pelo que
poderá afetar o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos e de todos que mantém
esperanças por um Brasil melhor.
AINDA ANTES DO PLEITO (26/10, pela manhã):
Passei os últimos dois dias lendo
e analisando tudo o que surgiu sobre as eleições. Os debates e especialmente as
novas pesquisas. Minha ansiedade continua oscilando entre o medo e a esperança.
O sentimento que me domina é equivalente àquele de ver o goleiro do meu time
obrigado a defender a cobrança de um pênalti decisivo. Paro de escrever o texto
exatamente agora, 17h, e vou - com o coração na mão e certo amargo na boca -
ver o que a TV nos mostrará logo mais. Agora, é torcer...
DEPOIS DO PLEITO (26/10, 21h)
Temo que, com o
País dividido como agora se afigura, venhamos a assistir a um acirramento dos
ânimos e como consequência uma guinada para o famigerado regime bolivariano que
tanta desgraça tem propiciado a muitos de nossos irmãos latino-americanos. Posso
até manter esperanças de que a presidente reeleita consiga recompor sua equipe
e se cercar de gente responsável para fazer o que não conseguiu fazer até
agora. As frutas podres que se encontram no mesmo cesto – a menos que sejam rapidamente
retiradas – tendem a contaminar todas as outras.
Se a economia
não for reformada e o País não voltar a crescer, caminharemos para dias muito
difíceis que comprometerão a nossa vida e nosso futuro. Está na hora de
entendermos que o peso tributário que recai sobre os ombros dos que pagam os
impostos mais elevados do mundo nos tem feito mais escravos do que os verdadeiros
escravos que vieram da África para construir o País em seus primórdios.
A sociedade não
suportará mais tanto sacrifício se não tiver certeza de que a sua pesada contribuição
em impostos se transforma em retorno para todos. Sem isso, infelizmente, o
nosso medo atual, ao invés de se tornar em esperança, pode se acirrar e se
solidificar em mais medo. E isso, nós não merecemos mais...
Edson
Pinto
26/10/2014