18 de dez. de 2011

188) HURRA! VENCEMOS MAIS UM...


Aprecio muitíssimo um poema atribuído, embora com certa controvérsia, a Jorge Luiz Borges. Pela mensagem que nos traz, guardo-o em um caderno onde coleciono preciosidades. Vez por outra dou uma repassada nesse meu tesouro em forma de pasta escolar e nunca deixo de reler o texto “Instantes”. É curto, meia página, se tanto, mas contém sabedoria que enciclopédias monumentais talvez não fossem capazes de nos ofertar.

Jorge Luiz Borges, quando vivia o seu 85º aniversário, um ano antes de morrer em 1986, refletiu sobre a vida que teve e o quanto a faria diferente se ainda pudesse revivê-la: “cometeria mais erros, não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, correria mais riscos e contemplaria mais amanheceres” entre tantas outras pequenas coisas que disse ter negligenciado ao ter optado por uma vida convencional. Vale à pena ler esse texto e, mais do que lê-lo, saborear cada uma de suas reflexões como se fosse o néctar dos deuses (clique aqui)

É exatamente nesta época do ano, quando a magia do espírito natalino invade nossos corações, que refletir sobre a vida passa a ser quase uma necessidade. Muitos não gostam do Natal porque os fazem tristes ao suscitar-lhes lembranças desconfortáveis. Os entes queridos que já se foram, a nostalgia dos tempos passados e que se consideravam melhores ou mesmo as coisas que deixaram de fazer ou as fizeram da forma inapropriada.

Mas, há os que encontram júbilo na época ao compartilhar a alegria das crianças que anseiam e podem receber o presente anelado. As pequenas almas puras que ainda acreditam no mito do Papai Noel. A reunião da família e dos amigos. As luzes que simbolizam a vida e a música natalina, eterna, que nos comove e encanta.

E quando o frisante espocar anunciando um novo ano é chegado o momento em que deveremos ter a certeza de que um novo ciclo está por começar. Agradecer por mais um ano vivido e rogar a Deus por paz, saúde, amor e prosperidade.

É o que desejo para todos os meus amigos, esposas, filhos, pais, parentes porque eles são parte fundamental da minha própria vida. Sem eles a vida cairia na mesmice que Borges lamentou.

Um Feliz Natal para todos. Um Ano Novo melhor e tão bom quanto quisermos torná-lo. Lá, quando fevereiro vier, haveremos de restabelecer nossos encontros semanais. Enquanto isso, quero: “ir a mais lugares onde nunca fui, tomar mais sorvete, subir mais montanhas, levar bem poucas coisas a sério e ter mais problemas reais do que problemas imaginários”, pois, como nos disse Borges:

“Disso é feito a vida”

Edson Pinto

Dezembro’2011

9 de dez. de 2011

187) RISO DE CRIANÇA

Desde que o homem inventou e desenvolveu a técnica da escrita, e por conseqüência da leitura, o mundo se transformou de forma expressiva e acelerada. A leitura passou a ser, principalmente nos tempos modernos em que vivemos, uma necessidade básica. Sem ela não se consegue facilmente compreender a vida. Além de se constituir no instrumento de obrigatória utilização para quem precisa se comunicar para fins de trabalho e dos corriqueiros atos do dia a dia é uma das mais prazerosas e baratas formas de lazer.

Uma boa leitura nos abre janelas para o mundo e libera nossa imaginação para muito além do “vale de lágrimas” em que podemos nos encontrar. Nossos neurônios se assanham rejuvenescidos quando convocados para esse mister e assim adiam o momento em que, pelo ócio, se entregariam à morte. Não é por outra razão que as ciências médicas recomendam a leitura como o eficaz remédio para muitos de nossos males. Quando se lê, até a fome pode ser momentaneamente olvidada como fizeram os soviéticos de Stalingrado sob o prolongado cerco nazista no famoso episódio da Segunda Guerra Mundial.

Para nós adultos, a leitura deve ser mais do que o mero entendimento do que as letras e palavras querem nos dizer, mas, sim e principalmente, a correta interpretação e o necessário posicionamento crítico que deve ser feito sobre o escrito. É exatamente a compreensão e o julgamento do que se lê que criam em cada um de nós o prazer da leitura. Vejam aqui o desafio que educadores enfrentam, pois têm que conduzir os pequenos a encontrar o prazer da leitura como pré-requisito para o seu estabelecimento como um hábito para o resto da vida.

Não sou educador, nem linguista, nem filólogo, muito menos literato, mas nem precisaria sê-lo para conseguir compreender essa condição basilar. O prazer da leitura que cria o hábito é tão ou mais importante do que o aprendizado dos símbolos bem como de suas relações sonoras sobre os quais se assentam a escrita e a leitura. Um adulto não alfabetizado pode, com razoável esforço, aprender as letras que a restritiva vida anterior lhe negou, mas não será um leitor completo se não encontrar formas de tirar prazer da leitura. E isso só se consegue com a leitura atenta e o esforço mental para compreender criticamente o seu significado.

Neste final de ano quando nos volta a eterna dúvida sobre o que presentear a amigos e parentes é sempre bom lembrar que um livro com um bom texto, uma boa história, uma trama inteligente, uma lição de vida, contos, poesias, crônicas ou quaisquer outros gêneros pode ser uma excelente opção. E para quem não tem o hábito de ler, ou não tem tempo, mas que sabe da sua importância, nada melhor do que um exemplo. Ele vem no formato de um vídeo caseiro que circula pela Internet, feito por um pai orgulho do interesse de seu pimpolho como leitor presente e futuro.

Para desfrutar desse momento mágico basta clicar na seta do vídeo abaixo. Nem precisa ler, é só deliciar-se.

Edson Pinto

Dezembro’2011