31 de jan. de 2010

111) BENDITOS VERMES DA TERRA

Esta é a minha primeira publicação neste ano que nos promete muitas emoções. Estou certo de reencontrar todos os amigos com muita saúde e felizes com as boas perspectivas para o ano que fechará a primeira década do século novo.

Para começar o ano, o carnaval que se aproxima já acionou a afinação dos tamborins, dos reco-recos e dos pandeiros para produzir a magia do requebro das mulatas e o alucinante sapatear daqueles que nasceram com o samba nos pés. Alegria geral, pois ninguém é de ferro...

Lá por meados do ano vamos sofrer, roer unhas e, se o bom Deus continuar sendo brasileiro, conquistar o hexacampeonato nos campos da África do Sul. Ou o mal-humorado e iracundo Dunga se transforma em santo ao conquistar a Copa do Mundo ou estaremos, todos, liberados para atirar-lhe as pedras antes reservadas à famosa Geni.

Quando o ano já estiver por terminar, faremos nossa opção mais séria para aquele que será o nosso presidente para os seguintes 4. Dessa nossa madura e consciente decisão dependerá o formato de nosso futuro. Seremos, como prognosticam os cenaristas mais benevolentes, uma onça pintada imponente, nova potência econômica a encantar o mundo ou voltaremos a nossa velha sina de gatinho frágil e de miado chocho, o eterno país do futuro? Tudo pode acontecer, mas se formos resolutos podemos contribuir para que a primeira alternativa seja a mais favorável.

Em 2009 muito se falou e - mais ainda se falará em 2010 - sobre os temas ligados à ecologia. O mundo está consumindo muito, desperdiçando muito, crescendo muito, poluindo muito e esgotando como nunca e em altíssima velocidade os limitados recursos que a natureza nos deu. Só temos esse planeta para viver e é dele que tiramos tudo o que precisamos. Já se diz com grande assertividade que, se todas as pessoas da Terra tivessem o mesmo padrão de vida e consumo dos americanos, seriam necessários 4 planetas como o nosso para dar conta da demanda.

Conferências de lideres de quase todas as nações têm fracassado na tentativa de enfrentar o problema do aquecimento da Terra. Vide o que ocorreu com a COP-15 realizada em dezembro último em Copenhague... Mas há, ainda, o problema da poluição dos rios, do solo, do ar e do meio ambiente como um todo. Estamos ainda engatinhando no processo de reciclagem do lixo. Precisamos reduzir o consumo exacerbado de itens descartáveis e reutilizar com mais freqüências embalagens se quisermos viver com mais qualidade.

Mas, não adianta apenas falar se não tivermos uma atitude coerente mostrando o que fazemos. Cada um por seu turno pode e dever fazer alguma coisa que contribua para a redução dos problemas ambientais. Como cidadãos conscientes podemos dar a nossa contribuição. Quando isto for generalizado veremos que todos nós sairemos beneficiados. Quero, nesta reabertura de meu blog em 2010, citar para os amigos a minha experiência pessoal relativa ao tema:

Reciclagem: Se no seu bairro ainda não existe, vale a pena mobilizar vizinhos para a instituição da coleta seletiva do lixo limpo, reciclável (papéis, vidros, embalagens de lata, plástico, isopor, tetrapak e outras). Na falta de iniciativa da prefeitura, escolhemos, aqui, uma cooperativa de catadores que recolhe 2 vezes por semana os sacos verdes contendo o lixo reciclável. Ao fazer a venda dos itens, vem sustentando, com dignidade, mais de 40 famílias dos catadores. É a iniciativa privada atuando com mais efetividade do que o poder público moroso e ineficiente.

Lixo Orgânico: Em uma casa ou apartamento típicos, o que não é lixo reciclável é resíduo orgânico (sobra de alimentos cozidos, cascas de frutas e legumes, frutas e verduras passadas, borra de café, filtros de café usados, etc.). Normalmente esse tipo de lixo é coletado pelo caríssimo sistema gerido pelo poder público e jogado em lixões sem o devido trato. Polui as águas, o solo e o ar. Uma lástima! Depois de pesquisar várias soluções, implantamos em nossa casa um sistema genial de aproveitamento dos resíduos orgânicos baseados na técnica de minhocultura doméstica: 3 caixas apropriadas, empilhadas, que podem ser colocadas em um canto do jardim ou mesmo da varanda de um apartamento onde minhocas se alimentam dos resíduos orgânicos ali dispostos e produzem, de graça, sem nenhum cheiro e com absoluta limpeza e qualidade, um biofertilizante e o húmus (melhor adubo de todos) para alimentar nossas plantas domésticas.

Conclusão: Temos a consciência tranqüila de que da nossa casa nada vai para o Lixão da cidade. Ou vai para a Cooperativa dos Catadores que faz dinheiro com a reciclagem, ou alimenta as minhoquinhas que, em retribuição por tamanha generosidade, nos presenteia com fertilizante e nos propiciam, ainda, algumas horas semanais de um hobby bastante interessante e ecologicamente correto.

Tão decepcionados com a falta do lixo tradicional na porta de minha casa, os lixeiros, neste último final de ano, até se sentiram constrangidos em pedir-nos a tradicional caixinha de Natal. Mesmo assim, tomamos a iniciativa de dar-lhes uns panetones como agrado, não os do governador Arruda de Brasília com todo aquele odor de corrupção, mas aqueles puros que simbolizam a fraternidade e alimenta nossa esperança por um futuro melhor.

Vou fazer de 2010 um ano em que quero compartilhar com os amigos a minha experiência no tratamento do lixo doméstico. Quem tiver interesse especialmente quanto ao sistema de produção de fertilizante em casa a partir do tratamento dos resíduos orgânicos via compostagem em minhocultura, fale comigo. Afinal, até podemos alegar que o problema não foi originalmente criado por nós, mas não há como nos omitirmos se a solução depende de nossas atitudes individuais.

Charles Darwin, o Pai da Teoria da Evolução e Naturalista renomado, dedicou mais de 40 anos de estudos científicos às minhocas constatando a sua real importância no processo de decomposição, compostagem e fertilização do solo. Sobre elas se expressou: “É verdadeiramente extraordinário que toda a camada superficial do solo vegetal de nosso planeta tenha passado em alguns anos pelos corpos das minhocas”

Para dar trato objetivo a esse tema criei um novo blog com o título Minhocultura by Edson Pinto. Nele, publicarei textos específicos sobre minhocultura além de divulgar a solução doméstica que estamos adotando. Não deixe, portanto, de acessar este meu novo blog clicando neste link: http://www.minhocultura-domestica.blogspot.com/

Edson Pinto
Fevereiro’2010