15 de ago. de 2013

248) DIREÇÃO AUTOMÁTICA (Self-driving car)

Gosto muito de me inteirar de todas essas maravilhosas tecnologias que prometem nos dar mais segurança e conforto.  Mal nos acostumamos com uma e lá vem outra que passa a desafiar a nossa capacidade de adaptação ao mesmo tempo em que torna obsoleto e antiquado o modo com o qual nos relacionávamos, até então, com o assunto. Caso nos recusemos a aceitá-las, submetemo-nos ao compulsório alheamento à modernidade. Se não quisermos entrar para o rol dos alienados ou mesmo dos jurássicos, o melhor a fazer é tentar entendê-las e até mesmo adotá-las.

Já pararam para pensar o que surgiu de novas tecnologias nos últimos 20 anos? Cito algumas: O computador pessoal, que de utilidade restrita, no início, passou a ser quase uma obrigatoriedade para tudo o que fazemos agora em nossas vidas. Afinal, é com ele que nos informamos, controlamos nossas tarefas, acessamos e operamos a conta bancária, consultamos mapas, agendamos compromissos, escrevemos mensagens, cartas e as enviamos para qualquer lugar do mundo instantaneamente; pedimos a pizza do final do dia; ouvimos música; assistimos filmes; colecionamos fotos e muito mais.

O telefone, aquele mostrengo pesadão que ficava num local especial da casa, virou celular, depois smartphone, ganhou imagem, cores, GPS, acesso à internet, jogos eletrônicos, máquina fotográfica, filmadora, agenda. Serve para chamar taxi, acessar a câmera de vídeo do escritório, ver mapas e até – acreditem ou não – telefonar...

Os automóveis ficaram mais seguros e confortáveis com sistemas automáticos de câmbio, freios ABS, sistema de navegação por satélite, injeção eletrônica e sensores diversos. Poderia aqui enumerar várias outras tecnologias na medicina, nos transportes, na engenharia e outras áreas, mas isto tomaria muito do tempo de que preciso para falar sobre uma em especifico que afeta o dia a dia de uma boa parte dos homens casados:

De uns dois anos a esta parte, temos ouvido falar, com cada vez maior freqüência, sobre estudos que várias empresas de informática, como o Google, universidades, montadoras de automóveis e outras entidades sérias vêm fazendo para o desenvolvimento do carro que dispensa motorista. A essa nova tecnologia tem-se dado o nome de ”Self-driving car” ou, em português, “Direção Automática”. Funcionaria mais ou menos assim: Você entra no seu automóvel e diz para ele que quer ir a tal ou qual destino. Pronto! Pegue o seu jornal, ou seu tablet, ou seu celular, ou entabule uma animada conversa com sua parceira ou parceiro de viagem e esqueça o desassossego do trânsito. O carro fará tudo sozinho, dispensando-o de trocar marchas, atentar-se aos sinais dos semáforos, frear, acelerar, virar o volante, prestar atenção aos demais carros na pista, cuidar de não atropelar pedestres e todas essas coisas que o motorista tem que fazer ainda hoje para se obter o mesmo propósito que é o de se deslocar de um local a outro com rapidez e segurança.

Confesso que acho bonita e muito engenhosa essa nova tecnologia de direção automática.  Não nos espantemos, portanto, se dentro de pouquíssimo tempo começarmos a ver os primeiros carros sem motoristas ao volante circulando por nossas vias públicas. Como aconteceu com outras tecnologias, talvez, um dia, essa eu tenha que assimilar também. Contudo, por ora, e nos estágios das informações que são disponibilizadas ao público, confesso não ver tanta vantagem. Se você meu amigo tiver uma situação parecida com a minha, certamente saberá me dar razão e assim nos alinharmos em pensamentos. Explico:

Quando estou dirigindo com a minha mulher ao lado, todas as funções automáticas do futuro e inovador sistema “self-driving car” já me são completamente supridas: Sou automaticamente dispensado de qualquer esforço intelectual para dirigir, pois ela me diz quando estou próximo demais do carro da frente; me alerta quando há pedestre querendo atravessar a via; me manda mudar de faixa quando constata que a faixa em que me encontro está mais lenta do que a outra; chama-me a atenção para os semáforos, para a sinalização vertical e de solo; me alerta severamente quando a velocidade parece excessiva; determina-me virar à direita ou à esquerda tão logo a esquina ou o cruzamento sejam atingidos; orienta-me para ligar ou desligar o ar-condicionado, o rádio, o farol, a seta, colocar o cd no player e todas e quaisquer outras tarefas que a nova tecnologia vier, suponho, a incorporar nos veículos modernos. Por essa razão não vejo – a principio – muita novidade no que vem por aí.

Como veem, não é pela introdução automática de novas funções de controle que a tecnologia irá suprir o que já têm, em geral, os homens casados com mulheres zelosas, pois ambas propiciam o mesmo nível de controle e segurança. A minha situação atual em particular até que me dispensaria – a priori – de ter um elevado gasto com a aquisição de um carro com o novo e provável sistema de direção automática, uma vez que todas as tecnologias, pelo menos nos seus momentos iniciais, tendem a custar bem caro.

Só há, contudo, uma possibilidade de eu começar a me interessar por ela e, dessa forma, considerar um dia poder adquiri-la: É saber se com a nova tecnologia “self-driving car”, ficarei livre de todas as repreensões que recebo, ao dirigir, do meu sistema automático atual...

Edson Pinto

Agosto’2013 

2 comentários:

Blog do Edson Pinto disse...

De: Edson Pinto
Para: Amigos

Caros amigos (as):

Já que as passeatas arrefeceram, vamos falar de outra forma de pressão que proporciona resultado igualmente positivo.

Enquanto as passeatas são manifestações coletivas, esta a que me refiro se insere no âmbito das relações pessoais.

Nesta semana, na crônica “DIREÇÃO AUTOMÁTICA”, reflito sobre novas tecnologias que podem afetar beneficamente nossas vidas.

Sobre uma em específico - a que promete nos dispensar como motoristas de nossos próprios carros - faço considerações várias. Não para desdouro da nova tecnologia, mas, sim, porque entendo que ela competirá com outra já existente...

Bom final de semana a todos!

Edson Pinto

Anônimo disse...

Muito bom !!Ri bastante...Penso que muitos tem situação parecida...Tudo na vida é relativo.
Abs,
Cristina Taurizano