5 de fev. de 2009

66) RADICAIS NUNCA RECUAM

Há muito não tenho visto na TV a deputada pelo Rio Grande do Sul, Luciana Genro, aquela jovem potencialmente bonita (desde que reformasse o penteado), de caráter e comportamento tão radicais que muito apropriadamente, e com a perfeição de uma luva, tão bem caiu nas mãos e hostes da não menos espalhafatosa, sistemática e desabusada ex-senadora Heloísa Helena. Como esta perdeu as últimas eleições, penso que a sua turminha de radicais, incluindo a trotskista Luciana Genro, é claro, encontra-se presentemente em leve ostracismo. Isto, contudo, não significa que nunca mais voltaremos a ouvir falar dela. Radicais ferozes com esses nunca desaparecem por completo. No máximo, fazem um recuo estratégico para recarregarem suas baterias e depois voltam com a carga completa. Anotem e aguardem...

Não é sem razão o fato de ter eu pinçado a figura da Luciana Genro para as considerações que farei do episódio que nessas últimas semanas tem tomado conta de boa parte do noticiário da imprensa brasileira e internacional. O nosso ministro da Justiça, numa decisão altamente polêmica, concedeu ao assassino italiano, Cesare Battisti, o status de refugiado político, negando, com efeito, o pedido do governo democrático da Itália para que a controvertida figura fosse extraditada e, lá em seu país, cumprisse a pena de prisão perpétua a que fora condenado pelo assassínio de quatro de seus concidadãos nos anos 70.

Mas, o que a deputada do PSOL tem a ver com essa questão? Política e juridicamente, nada. Para efeito, contudo, dessa minha análise tem, sim, tudo a ver. Explico melhor: Sempre me questionei o porquê daquela garota ser tão radical como nos parecia ao vê-la na TV. Imaginava eu - com a pureza de quem sempre se preocupou com o comportamento dos filhos - como o papai daquela “usina de rancores” ficaria triste por ver a filhinha ter crescido assim tão ranheta. Seria desamor? Sentimento de culpa por eventual ausência paterna durante a sua criação? Excesso de liberdade que a levou ao convívio com más companhias? Sei lá mais o que...

Só agora, finalmente, me dou conta de que a pobre da garota não poderia ter saído muito diferente do seu papai Tarso Genro, este, exatamente o ministro que concedeu ao arrepio das melhores e mais bem fundadas análises sobre o caso a concessão do status de refugiado político ao assassino Cesare Battisti. Se não bastasse vermos o que esse nosso ministro tem feito ao longo de sua gestão no Ministério de Lula, tente fazer uma pesquisa sobre o seu passado marxista, de homem turrão e radical birrento. A filhinha não poderia ser muito diferente, óbvio.

O que poderia ser diferente - e aí teríamos evitado o pior - seria o endosso dado pelo presidente Lula ao mais radical de seus ministros, esse Tarso Genro, da (sic) Justiça. Infelizmente, como todos já sabemos, o nosso presidente tem sido acometido de pirose retrosternal com conseqüente eructação ácida, a popular azia, quando lê as verdades que a imprensa publica, ao mesmo tempo em que demonstra ojeriza explicita a qualquer aprofundamento intelectual necessário ao adequado discernimento entre o bom e o mau para o país.

Errou Tarso Genro. Errou Lula. E para dar o tom completo da lambança, errou também o PT dando aos dois trapalhões a idiota cobertura para o sustento de tão infeliz decisão. Diga-se de passagem, uma decisão que só nos traz dissabores, denigre nossa imagem de país sério, compactua-se com a criminalidade, despreza o julgamento soberano e democrático da Corte italiana sem contar outros tantos prejuízos que nos causarão no âmbito da política externa brasileira. Por outro lado, lamentavelmente, nada nos dá de bom por concedermos essa generosidade para um terrorista que errou e pecou ao matar pessoas inocentes em seu país. E tudo acontece, exclusivamente, devido ao radicalismo de um ministro que – como está agora provado - não representa em nada o perfil de nós brasileiros.

Felizmente, temos certeza de que as autoridades italianas e seu povo devem saber distinguir o fato de que o comportamento de nossos dirigentes, neste caso Tarso Genro e Lula, não representa o real sentimento da nossa gente. Mesmo porque, historicamente, temos dado provas de que formamos uma nação solidária e boa. Já acolhemos aqui dezenas de milhões de italianos que fizeram do Brasil a sua nova pátria e aqui vivem e se incorporaram tão bem na nossa cultura.

Também, para a Itália, mandamos 25.334 dos nossos mais corajosos e destemidos jovens militares para, entre 1944 e 1945, ajudar no extermínio do Nazismo, libertando cidades italianas e aprisionando dezenas de milhares de soldados alemães como ocorreu nas batalhas de Camaiore, Monte Prano, Castelnuovo, Montese e Monte Castelo, onde saímos galhardamente vencedores. E, ainda lá enterramos, no cemitério de Pistóia, 443 de nossos jovens que perderam a vida nos campos gélidos da Itália para dar ao povo irmão a liberdade que merecia.

E mais, nossos jovens jogadores de futebol têm contribuído ao longo dos últimos anos para a manutenção do elevado nível desse esporte naquele país com o qual sempre tivemos laços fraternais. Penso não serem mais necessárias outras demonstrações concretas de nossa boa índole, concorda?

O episódio Cesari Battisti é um desastre não do Brasil, mas de alguns poucos brasileiros como os que citei acima. Se esses senhores tivessem ao menos a humildade de voltar atrás na descabida decisão que tomaram, ainda poderíamos passar a impressão de que temos alma. Erraram, mas reconheceriam o erro reformando a decisão para o bem de todos. Mas, não podemos nos esquecer que os radicais tendem a nunca voltar atrás. Um radical da estirpe de Tarso Genro quando encontra um superior excessivamente “senhor absoluto de si mesmo”, como o presidente Lula, jamais daria o braço a torcer.

Só nos resta o equilíbrio da nossa Suprema Corte para recolocar o tema no seu devido e mais do que necessário lugar. Esperemos que isto aconteça o mais cedo possível. Só não podemos esperar que a nossa jovem Luciana Genro venha a mudar, também, o seu comportamento radical, pois, infelizmente, isso é genético e a Ciência ainda não consegue alterar os pirracentos cromossomos que ela herdou de seu papai-cabeça-dura.


Edson Pinto
Fevereiro'09

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