1 de abr. de 2009

73) BOAS NOVAS!


Depois dessa sucessão sem precedentes de escândalos políticos no país - e veja que não me refiro exclusivamente aos detectados com mais estardalhaço na era Lula, pois tal já vem acontecendo desde há muito - agora nos chegam essas boas notícias que, sinceramente, enchem-me de incontida alegria:

Leio aqui na primeira página do meu jornal diário que a Polícia Federal agiu com total competência, zelo extremado e correta discrição para apurar todas as falcatruas de gente muito próxima ou mesmo de dentro do poder. Não se deixou influenciar pela coloração partidária dos envolvidos, nem feriu os princípios constitucionais de respeito à liberdade, efetuando somente escutas telefônicas autorizadas de forma legal. Esse feito permitiu ao Ministério Público, corretamente, identificar os desmandos administrativos e indicar à Justiça, sem deixar qualquer possibilidade de questionamentos, os verdadeiros responsáveis pela gigantesca malversação que se praticava contra o erário. Melhor ainda, essa gente sem escrúpulos já está vendo o sol nascer quadrado e com isso se acostumando, pois terão que vê-lo desta forma por décadas.

E mais na primeira página, porém em coluna da direita: Embora ainda não concretizado, contudo já devidamente encaminhado, os poderes da República se deram conta de que precisavam administrar suas atividades como se fossem empresas, respeitando seus clientes (contribuintes) e imaginando-se num mercado competitivo onde reduzir custos é condição “sine qua non”. Tanto o Senado como a Câmara dos Deputados tiraram das respectivas folhas de pagamento milhares de nomes de “funcionários fantasmas” e com isso conseguiram cortes da ordem de 50% de seus custos. Diferentemente do ocorrido no passado, as recomendações de empresas de consultorias contratadas para diagnóstico e proposta de reestruturação administrativa dos órgãos públicos estão sendo acatadas “in totum”. Já se vislumbra até uma redução da carga tributária, sabidamente uma das maiores do mundo, como conseqüência da redução do custo do governo. Há de sobrar recursos para investimentos em infra-estrutura e em áreas importantes como saúde, educação, habitação e segurança. Deus seja louvado! Não me contive.

A agradável surpresa não se limitou ao que acima descrevi. Outra coluna bem ao pé da página menciona que, com a reforma política já aprovada, conseguiremos eliminar definitivamente a possibilidade de que maus políticos se perpetuem no poder. Doravante, somente pessoas de ilibada conduta e com comprovada vocação para a boa política poderão se candidatar a cargos eletivos. Imaginei-me já ouvindo discursos dos novos grandes líderes, todos ao estilo do probo Rui Barbosa ou de Cícero, o magistral tribuno do Senado romano: “Oh tempora, oh mores!”

No rodapé da página uma última nota que me deixou, de fato, cheio de orgulho de ser brasileiro, foi a informação de que o Bolsa Família havia sido transformado, com muito sucesso, no honrado programa chamado de Bolsa Trabalho. Este, dando não mais esmolas, mas pagando salários dignos para que os desassistidos se sentissem pessoas dignas e úteis à sociedade e assim pudessem auferir renda decente como recompensa a trabalhos que ajudam no crescimento do país.

Como a alma “deverasmente” ensaboada, quarada, lavada, torcida, enxaguada, alvejada, secada, passada e engomada, como diria o nosso saudoso Odorico Paraguaçu, virei a página.

Na página seguinte e em letras garrafais a expressão:

1º DE ABRIL, SEU TROUXA!


Edson Pinto
1º/abril/2009

Um comentário:

nilce disse...

Tudo isso , deveria ser obrigação, mas realmente não passa de uma brincadeira de 1 de abril..
Que coisa triste saber que não veremos tal fato ocorrer.
Parabens por seu espirito alegre, capaz de ainda brincar, depois de tantas decepções.
Mas é a nossa realidade, vamos em frente, amanhã será dia 2 e tudo continuará como está.
Beijos
Nilce Spada