Não é necessário ser cientista, bioquímico, infectologista ou
ter formação em áreas da biomedicina para entender como uma epidemia pode ser
cruel para com a humanidade.
Qual é a diferença entre bactéria
e vírus?
O que é um antígeno?
O que é um patógeno?
Como funciona o nosso sistema imunológico?
Como uma doença transmissível se
torna uma pandemia?
Isso e muito mais encontramos no livro de John M. Barry, A Grande Gripe, que analisa a fundo a injustamente chamada “Gripe Espanhola” que, na verdade, começou nos Estados Unidos e matou entre 1918 e 1919 mais de 50 milhões de pessoas mundo afora. No critério de mortes por milhão de terráqueos, o número, hoje, equivaleria a cerca de 400 milhões de vidas perdidas.
Esse livro foi publicado pela primeira vez em 2004, portanto
16 anos antes da pandemia que ora enfrentamos. Há no livro um pouco de tudo,
desde programas de enfrentamento equivocados até negacionismo, avanços
científicos, arrogância política, erros de análises, rápido desenvolvimento de vacinas,
de soros, e tentativas infrutíferas de uso de medicamentos alternativos como o
quinino, base da nossa hoje debatidíssima cloroquina.
Tem mais de 500 páginas que valem cada minuto de leitura.
Além de jogar luz sobre o tema científico de fundo, ilumina também essa nevoenta
estrada política que bifurca a todo momento ora para o lado certo, ora par o
lado errado. Com tão pouca visibilidade, a chance de errar o caminho é enorme.
Edson Pinto
Agosto, 2020
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